domingo, 18 de outubro de 2009

Fungos usados na industria farmacêutica


Durante séculos, até milênios, a Humanidade estudou as plantas para delas extrair medicamentos. Hoje esse lugar é ocupado pelos fungos, pois começa a ganhar espaço a pesquisa voltada para os microorganismos. O número de produtos farmacêuticos à base de fungos está em rápido crescimento. Aliás, a produção desse tipo de fármacos é relevante para o Brasil, dada sua enorme biodiversidade em fungos. Existe hoje, alicerçada pelo desenvolvimento da engenharia genética, uma grande tendência para a produção de drogas por processos fermentativos, na procura de vantagens técnicas, econômicas, energéticas e ambientais. É uma corrida em busca de microorganismos com substâncias de interesse farmacológico, sobretudo em regiões tropicais.


Penicillium notatum

Foi descoberta em 1929 por Alexander Fleming. O cientista observou que na presença do fungo Penicillium notatum, o crecimento da bactéria de Staphylococcus era inibido. O fungo "se defendia" do ataque da bactéria jogando uma molécula, um metabólito, a penicilina, que era um antibiótico. Essa droga quase milagrosa revolucionou a medicina, pois até então não se sabia como controlar doenças causadas por bactérias, às vezes originadas a partir da infecção num simples corte do dedo, mas que podiam matar uma pessoa.

A penicilina foi o primeiro antibiótico a ser produzido industrialmente. Muito do que se aprendeu na transformação das observações de Fleming numa operação de larga escala, economicamente viável, pavimentou o caminho para a produção de outros agentes quimioterápicos, à medida que foram descobertos


Cyclosporina

Torna possível os transplantes de órgãos ao reduzir a rejeição dos órgãos transplantados pelo sistema imunológico

Fungos Endofídicos

Ano passado o começou o estudo e isolamento dos fungos endofídicos, aqueles que vivem no interior dos tecidos vegetais. Em razão do seu habitat, eles têm um potencial maior de produzir substâncias biologicamente ativas. Ao isolar esses fungos é possível testá-los quanto à sua capacidade de produzir substâncias com atividade farmacológica (antibacteriana, antifúngica, antitumoral, imunosupressora ou imuniestimuladora).

Aspergillus

O fungo Aspergillus fumigatus sempre foi do mal. Mas, agora, cientistas da Universidade Kitasato, em Tóquio, descobriram que ele também é do bem. Em pessoas que têm o sistema imunológico danificado, como os pacientes de Aids, por exemplo, causa uma infecção dos pulmões que pode ser mortal. Nos organismos sadios, porém, ele bloqueia os mecanismos que regulam o aparecimento de colesterol nas artérias do coração. Os primeiros testes feitos no Japão são animadores: o fungo diminuiu em 50% a acumulação de gordura nas artérias coronárias de hamisters. No momento, os cientistas estudam a estrutura das moléculas da substância ativa do fungo. É o primeiro passo para usá-lo na produção de remédios contra a arteriosclerose.

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