quinta-feira, 14 de maio de 2009

Legalização das drogas e seus impactos

A ONU diz que a legalização das drogas não soluciona o problema do crime organizado, mas admitiu que a violência que se alimenta do mercado negro dos narcóticos causou enormes danos à comunidade internacional.
"Podemos reagir de forma emocional ou racional. A reação emocional é simplesmente dizer “Vamos legalizar as drogas e destruiremos o mercado”. “Porem as drogas são ilegais porque são prejudiciais. Não são prejudiciais por serem ilegais".
A legalização das drogas pode aquecer a economia dos países, já que sendo ilegal ela movimenta um valor equivalente ao da economia da Suécia.
Legalizando a droga, o PIB do país aumenta, porém o aumento é mínimo, já que o governo não sabe onde cobrar o imposto, se do produtor ou do consumidor. E o PIB, é a soma de todas as riquezas produzidas dentro do país.
Um estudo realizado por uma ONG britânica mostra que a partir do custo/benefício os cofres britânicos poderiam lucrar 15,5 bilhões de euros com a legalização da droga.
Os autores do estudo centraram as atenções no uso de cocaína e heroína, identificadas pelo Estado como as drogas que criam maior custo social e que estão classificadas no grupo A, a que pertencem as drogas consideradas mais perigosas. E é nos custos com o crime que a diferença entre proibição e regulação mais se nota.
Os autores do estudo dizem ter sido bastante conservadores quer nas previsões sobre os benefícios da mudança para o regime regulador, quer no cálculo dos custos da proibição. Não incluíram, por exemplo, o impacto da proibição nos países produtores e intermediários, quer nas medidas de combate ao tráfico e produção de drogas, quer nos custos da corrupção, conflitos ou terrorismo, por exemplo no Afeganistão(grande produtor de ópio).
Assim, no pior cenário, qualificado de altamente improvável, em que o consumo subiria para o dobro, o sistema regulador permitiria ao estado poupar 5 bilhões de euros; no caso de um aumento de 50% no consumo, a popança subiria para 8,5 bilhões; no caso do consumo ficar como está, seriam quase 12 bilhões a mais nos cofres do Estado; e no melhor cenário previsto, o da queda do consumo em 50%, a poupança atinge 15,4 bilhões de euros.
Atualmente três ex-presidentes latino-americanos, que encabeçam uma comissão de 17 especialistas e personalidades: o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, de 77 anos, e os economistas César Gaviria, da Colômbia, de 61 anos, e Ernesto Zedillo, do México, de 57 anos. Eles propõem que a política mundial de drogas seja revista. Começando pela maconha. Fumada em cigarros, conhecidos como “baseados”, ou inalada com cachimbos ou narguilés.
Na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, realizada no começo do mês de fevereiro deste ano, exaltaram somente as propriedades terapêuticas para uso medicinal. Os danos à saúde são reconhecidos. As conclusões são lógicas e frias, e levam em consideração os números e o mercado. Gastam-se bilhões de dólares por ano, mata-se, prende-se, mas o tráfico se sofistica, cria poderes paralelos e se infiltra na polícia e na política. O consumo aumenta em todas as classes sociais. Desde 1998, quando a ONU levantou sua bandeira de “um mundo livre de drogas” – hoje considerada ingenuidade ou equívoco –, mais que triplicou o consumo de maconha e cocaína na América Latina.
Há 200 milhões de usuários regulares de drogas no mundo. Desses, 160 milhões fumam maconha. A erva é antiga – seus registros na China datam de 2723 a.C. –, mas apenas em 1960 a ONU recomendou sua proibição em todo o mundo.
O mercado global de drogas ilegais é estimado em US$ 322 bilhões. Está nas mãos de cartéis ou de quadrilhas de bandidos. Outras drogas, como o tabaco e o álcool, matam muito mais que a maconha, mas são lícitas. Seus fabricantes pagam altos impostos. O comércio é regulado e controla-se a qualidade. Entre estudiosos há duas convicções. Primeira: fracassou a política de proibição e repressão policial às drogas. Segunda: somente a autorregulação, com base em prevenção e campanhas de saúde pública, pode reduzir o consumo de substâncias que alteram a consciência.
A comissão defende a descriminalização do uso pessoal da maconha em todos os países, alegando de ser a droga menos danosa ao organismo, é a mais consumida. Porém seria imprudente incluir drogas mais pesadas, como a cocaína.
Acreditam que havendo um maior realismo no combate às drogas, sem preconceito ou visões ideológicas, ajudaria a reduzir danos às pessoas, sociedades e instituições.
Todavia com a liberação do consumo da maconha, mais gente experimentaria a droga, aumentando o número de dependentes e mais gente sofreria de psicoses, esquizofrenia, etc, e mais pessoas morreriam vítima desses males. Pois a maconha faz mal para os pulmões, acarreta problemas de memória e, em alguns casos, leva à dependência, alem que legalizada estria disponível e sujeita a campanhas de publicidade que estimulariam seu consumo.
Se a maconha fosse legalizada, em vez de se gastar uma fortuna com a proibição, haveria um ganho potencial de US$ 7,7 bilhões por ano e de US$ 6,2 bilhões em taxas para investimento em saúde pública.

As drogas pelo mundo

Os países da Europa Ocidental são mais tolerantes com a maconha e as drogas em geral.

Ásia
China – Mantém uma política de tolerância zero. Os traficantes são condenados à morte e os viciados são obrigados por lei a seguir programa de desintoxicação.
Tailândia – Não há tolerância. O tráfico de drogas também pode ser punido com a pena de morte. Traficantes menores podem ser condenados a cumprir penas em campos de serviço militar.
Europa
Holanda – Foi o primeiro país a liberar o uso da maconha, em 1976, o consumo cresceu de 3% para 12%. Em bares especiais é liberado, mas a venda fora deles é proibida. Os consumidores de heroína não são presos, mas encaminhados para tratamento. As drogas são comercializadas em lojas, bares e ruas, o sistema de saúde é muito bem estruturado. Os dependentes químicos têm direito a tratamentos públicos para a sua recuperação, pelo tempo que for necessário. Aliado a essa estrutura existe um competente trabalho de informação e prevenção. Porem a Holanda se encontra, atualmente, em primeiríssimo lugar entre as nações mais desenvolvidas em matéria de criminalidade. Eis a marca holandesa: 15 assassinatos por 100 mil habitantes
Alemanha, Espanha e Itália – descriminalizaram o uso da maconha recentemente. Como a Holanda, a Alemanha mantém programas de distribuição de seringas entre viciados em drogas injetáveis, para reduzir os casos de aids.
Portugal - em julho de 2000, descriminalizou o uso de substâncias psicoativas. Quem é apanhado fumando um cigarro de maconha, por exemplo, é encaminhado para tratamento médico e pode, no máximo, ter de pagar uma multa. PIB: 114.193 bilhões (1999). PIB: 122.270 bilhões em euros.
Inglaterra – Desde 2002 a maconha é considerada droga de baixo risco, que não leva à prisão. Mas, em 2008, o governo começou a estudar um novo endurecimento em sua política
Dinamarca e Suíça – São tolerantes com o uso de maconha e, como a Holanda, mantêm programas de apoio a viciados em heroína.
Suécia – Tem uma lei conservadora, que não distingue a maconha das outras drogas. O consumo de qualquer droga é considerado perigoso e reprimido pela polícia.
América
Estados Unidos – Em alguns Estados, como Massachusetts, não é crime usar maconha. Em outros, como o Oregon, a maconha pode ser usada em tratamentos médicos. Mas a política nacional é de repressão.
Oceania
Austrália – Liberou o consumo da maconha, o governo criou salas especiais para consumo de heroína, onde os usuários ganham equipamento esterilizado e são acompanhados por enfermeiras enquanto injetam a droga. Programa semelhante existe em países como a Suíça.

Com a liberação das drogas vidas e recursos seriam economizados, mas o número de viciados seria maior.

Contra a legalização

-As violentas disputas entre traficantes pelo mercado de drogas não terminariam
-Com mais viciados, poderia haver um aumento no número de crimes cometidos, em busca de dinheiro para sustentar o vício
-Poderia haver um aumento no número de dependentes, pois as drogas seriam mais baratas e acessíveis
-Grandes indústrias poderiam distribuir drogas e, como fazem com cigarros ou álcool, incentivar seu consumo
-Os sistemas públicos de saúde gastariam mais com o tratamento dos dependentes

Favor a legalização

-Menos pessoas morreriam no combate ao tráfico.
-Centenas de bilhões gastos todo ano por governos do mundo todo com a repressão às drogas poderiam ser investidos em outras áreas.
-Poderia haver redução da criminalidade, pois muitos crimes são cometidos para financiar o tráfico.
-Haveria menos presos apenas por uso de drogas e, portanto, haveria mais espaço nas cadeias para criminosos perigosos.
-Poderia haver maior controle de qualidade das drogas, o que reduziria o número de mortes.

Não podemos lidar com o problema das drogas unicamente sob o ponto de vista econômico. A visão médica e o sofrimento do ser humano devem ser considerados. Por isso é importante abordar com cautela a legalização e a descriminalização.
Grupo Hatuna Matata:
Amanda, Anna Luiza, Danilo, Isabela Davi, Kleber, Leticia, Stephanie e Isabela Ferro

Um comentário:

  1. De qualquer forma eu sou mega a favor da legalização da maconha aqui no Brasil. Quem sabe um dia nosso país acorda p/ vida e consiga ser um país de primeiro mundo.

    Até lá, só nos resta opinar e cobrar nossos direitos.

    Sua postagem me ajudou muito com um trabalho do terceiro ano.

    Obrigada ^^

    Beijos

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