domingo, 29 de novembro de 2009

O misterio do panetone

Capítulo XXIX

Lhama encara o Ogro, mas por dentro sente um pouco de medo:
- O que você quer conosco? Não fizemos nenhum mal a você.
- Ah, caro detetive, fizeram sim. Aliás, não só um mal, mas dois.
- E quais foram? Conte-me, pois não sei do que se tratam.
- O primeiro foi querer estragar o meu negócio...
- Mas que raios de negócio é esse? Isso que você faz é crime!
- Cala a boca, sua Lhama! Eu ainda não terminei de falar. Como eu ia dizendo, você quer estragar o meu negócio dos panetones, e isso me chateia um pouco – ironiza o Ogro.
- E o outro motivo, qual é?
- Bom... Para contar esse eu vou ter que refrescar um pouco a sua memória. Era dia onze de setembro de dois mil e um e...
- Ah, mas o que a queda das torres gêmeas tem a ver com isso tudo?
- Mas que saco! Ainda não terminei de falar, Lhama idiota!
- Bom, naquele dia eu recebi uma ligação do meu irmão dizendo que estava em apuros fugindo de dois detetives. Eu logo perguntei se ele precisava de ajuda e em seguida eu ouvi o barulho de um disparo de uma arma. O celular dele ficou mudo e horas depois eu recebi uma outra ligação. Dessa vez, era pra me notificar da morte dele. Ele fazia tráfico de cajuzinho nas Bahamas. Essa história soa familiar para seus ouvidos, Lhama?
- Então aquele bandido era seu irmão... Bem feito, ninguém manda querer ser traficante.
- Você matou meu irmão, seu desgraçado! E agora eu vou fazer você pagar. Foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo no dia em que eu descobri onde você morava. Eu rapidamente liguei para o Faraco e mandei que ele passasse o caso do meu tráfico para você investigar. Nada mais disso importa, o que eu realmente quero agora é fazer você pagar. Depois disso, nem prisão perpétua vai apagar essa felicidade da minha memória.
- Mas e os panetones? O que há de tão especial neles?
- Os panetones antes eram realmente meu negócio, mas como quis atrair vocês até aqui ele passou a ser apenas um pretexto. O que deixa a pessoa alucinada ao comê-lo é um ingrediente muito poderoso: farinha angolana. Chega de conversa furada, a tortura os aguarda.
Ogro ordena a seus capangas que amarrem Lhama e Macaco de cabeça para baixo. Após o feito, ele ordena que também amarrem Gildo e James. Entretanto, eles só fingiam estar desacordados. Rapidamente, eles nocauteiam os capangas e soltam os detetives das cordas. O Ogro fica encurralado.

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