domingo, 8 de novembro de 2009

O Segredo do Panetone

Cap VIII

Absorto em pensamentos que as inúmeras informações que conquistou lhe proporcionaram, Lhama achou que seria melhor voltar à delegacia e pegar logo o depoimento das duas.
Agora com determinação a resolver o caso, mas no momento o que mais lhe afligia era aquela criança que estava em casa sozinha.
Pedindo licença ao velho agradeceu pela conversa e disse que já estava na hora de retornar.
- Muito obrigado pelo esclarecimento de alguns fatos Sr – Foi então que o detetive percebeu que nunca soubera o nome daquele velho que estava ali em sua frente. – Perdão – continuou o detetive – mas eu nunca soube o seu nome Sr
- Antônio, Antônio Rodrigues – apresentou-se o velho estendendo-lhe a mão.
- Muito obrigado por contar-me o que sabia – cumprimentaram-se – e obrigado pelo beirute, estava delicioso.
- Quanto às histórias não há de que agradecer, já as repeti algumas vezes, caso precise de mais alguma informação é só chamar, quanto ao Beirute – o velho deu um sorriso amarelo onde se via suas intenções com muita clareza – quando passar lá na lanchonete é só acertar comigo, nada vem de graça não é?!
Lhama sabia que poderia esperar por aquilo, sempre soube que o velho é muquirana e mão de vaca, não o espantava saber que lhe cobraria o beirute na primeira oportunidade que tivesse.
Enquanto caminhava para o carro, o detetive olhando para a propriedade dos De La Cruz viu que o garoto já não estava do lado de fora, pela janela da sala viu luzes e a tevê ligada, deduziu que muito provavelmente o garoto estava assistindo há algum desenho.
No caminho para a delegacia pensou nas coisas que ouvira, na verdade em algumas poucas, afinal a conversa fora longa, mas o caminho era curto. Apenas pode concluir que tomaria o depoimento de Catarina primeiro, não queria que o garoto esperasse muito mais pela mãe, talvez estivesse com fome, e já seria difícil explicar-lhe que o pai não voltaria para casa, seria horrível que ele pensasse que esta abandonado agora.
Quando chegou a delegacia encontrou-as sentadas nas poltronas, agora já estavam mais calmas e não dispararam nenhuma acusação, agressões verbais e físicas uma a outra assim que ele entrou na sala. Ambas pareciam abaladas e cansadas.
- Desculpem-me pelo atraso, mas tive de passar em uma residência antes de vir para cá - disse-lhes o detetive – Sra De La Cruz, sei que possui um filho, então acho que posso começar pela senhora, talvez o garoto já esteja lhe esperando em casa há algum tempo. Será que poderia me acompanhar a uma sala mais reservada?
- Com absoluta certeza Sr detetive – disse a mulher loira, com uma voz calma e firme, porém com olhos tristes.
Quando estava saindo da sala em que a outra senhora e alguns companheiros de trabalho se encontravam, Lhama perguntou à um dos colegas:
- Quanto foi o jogo ? – pois se lembrou que o jogo já havia acabado e até agora não soubera o resultado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário