quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O segredo do Panetone

Cap XI


Terminado interrogatório, lhama dirigiu-se à sua casa para descansar. Apesar de ser ainda 8h, estava com tanta coisa na cabeça que parecia ser 1h da manhã. Chegando a sua casa, pega a correspondência e as joga sobre o criado-mudo, depois se dirige ao banheiro para se banhar. Preparou o jantar, bebeu um vinho e sentou para tentar assistir o final do programa esportivo com os melhores momentos do jogo do seu time. Enquanto dava uma olhada nas cartas, tinham umas 10, entre contas e promoções de banco, estava um folder de uma empresa de panetone com o slogan “nossa família fazendo sua família mais feliz neste natal! Não deixe de saborear...”, parou de ler quando viu a marca do panetone e disse para si:
-Nem em casa eu tenho descanso! Acho que terei que dar uma olhada nesta “família” para ver se eu descubro mais alguma coisa, neste momento começou o programa esportivo e esqueceu um pouco a investigação, mas o coitado estava tão cansado que acabou dormindo no meio do programa.
Ele acordou no sofá com a previsão do tempo que passava na TV, que ficou ligada a noite toda. Deu uma arrumada na bagunça, lavou o rosto, escovou os dentes e trocou de roupas, logo em seguida saiu rumo a fábrica de panetones.Como tudo na cidade, a fábrica também não era longe, porém um pouco mais afastada do centro, em um lugar mais isolado.
Chegando lá depara- se com a fábrica fechada, e na porta um anúncio de luto pela morte do dono, entretanto, ainda havia algumas pessoas da limpeza entre eles um senhor bem velho, que aparentava não ter idade.
Passou então pelo aviso, pulando as correntes que isolavam o local, caminhou até os funcionários da limpeza e apresentou-se. Como já esperava, todos o conheciam e sabiam o porque dele estar ali.
-Gostaria que um dos senhores me levasse para um tour na fábrica – pediu o detetive
Para sua surpresa, foi aquele senhor idoso em quem havia reparado que se ofereceu pra acompanhá-lo. Mostrou cada detalhe, cada sala, indicou e explicou a função de cada máquina, mas não era por isso que estava ali. Tinha ido até lá para sondar, ver se descobria a relação de Maurício com os funcionários, se havia algum sócio, esperando encontrar algo que o levasse a alguém que se beneficiaria com o ocorrido.
-Percebo que o senhor conhece muito bem a fábrica – começou o detetive.
- Sim, conheço cada centímetro deste lugar, trabalho aqui há 36 anos, estou na limpeza desde que essa fábrica abriu. – disse o velho humildemente.
- Perdão, mas não me lembro se perguntei o seu nome – disse o detetive por educação.
- Não perguntou senhor, mas me chamo Jorge – respondeu o velho.
- Então Jorge, você deve conhecer cada história deste lugar.
- Sim, claro que conheço – disse o velho com um sorriso amigo no rosto – Certamente o Sr. já deve ter escutado sobre a lenda que ronda a receita deste panetone.
- Ouvi boatos, o Sr poderia me contar?
- Com todo o prazer detetive Lhama, acompanhe-me, o levarei a um lugar mais tranquilo onde dificilmente irão nos interromper.
Os dois caminharam em direção ao centro da fábrica, passando por salas e mais salas. Era uma fábrica grande para uma cidade pequena, certamente produzia panetones para as cidades vizinhas, mas para que tirar conclusões quando o velho lhe contaria tudo sobre isso?!
Caminharam por quase 5 minutos, quando chegaram ao que parecia um refeitório. Acomodados, o velho começou a narrar.

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