sábado, 21 de novembro de 2009

O segredo do panetone

Cap XXI

- Olá sr Antônio, estou procurando pra saber se sabe de algo a respeito do seqüestro do filho de Maurício.
- Ah... É sobre isso, é eu fiquei sabendo de algumas coisas sim, mas nada que possa lhe ajudar afinal o moleque sumiu faz pouco tempo e ninguém ficou sabendo, o negócio é esperar pra ver se alguma coisa acontece.
- É acho que sim. Posso te perguntar mais uma coisa?
- O que?
- Por que o senhor fechou sua lanchonete tão cedo e justo no horário de maior movimento?
- Ora, a lanchonete é minha. Eu faço o que eu quiser com ela, estou certo?
- Sim, mas, deve ter algum motivo...
- Motivo nenhum eu simplesmente fechei. Eu... Eu estava cansado e resolvi fechar, por que a pergunta?
- Eu achei estranho, muita coincidência.
- O que o senhor está sugerindo...?
- Nada, apenas achei que o senhor...
- O que?
- Parece-me que está muito nervoso com algo, e o senhor não me parece do tipo de pessoa que fecharia o comércio apenas para descansar.
- Eu não lhe devo satisfação de nada da minha vida. Se eu fecho é por que eu quero e se estou nervoso não lhe diz respeito. Se o senhor puder me dar licença eu preciso entrar, tenho outros assuntos a tratar.
- Poderia me dizer que assuntos são esses?
- Não. E vá embora. Está me chateando.
- Certo, eu vou. Mas que fique claro, eu estou te achando um tanto diferente, e agora, isso não é bom.
O velho se virou e bateu a porta. Lhama ficou mais um pouco parado sem entender muito bem o que tinha acabado de acontecer e foi saindo. Mas algo lhe prendeu a atenção. Um som. E vinha da casa do velho. Parecia... “Parece choro de uma criança” pensou Lhama. Voltou-se para a casa. O som cada vez mais forte, sem dúvida era uma criança chorando. “Será que o velho é mesmo o seqüestrador? Não pode ser, porque ele faria alguma coisa dessas?” Bateu na porta várias vezes.
O velho gritava:
- Saia daqui! Seu detetive inútil! Vá cuidar de sua vida!
Lhama conseguiu arrombar a porta e lá estava. A criança sentada no sofá junto do velho que desesperado começou:
- Eu posso explicar. Eu juro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário