quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Segredo do Panetone

CAP. XII

- Os De La Cruz sempre fizeram questão de cultivar um relacionamento próximo aos seu funcionários. Sabiam o nome e foram à casa de cada um conhecer a família. Todos daqui, sabem a historia de como tudo começou, e eu sou o que pode te dar mais detalhes. Conheci de bem perto a família. O Bisavô de Maurício, já estava bem velho quando eu o conheci, mas ainda estava bem são a ponto de me contar segredos que não poderei te contar foi uma promessa e mesmo assim estou certo de que não é relevante à sua investigação. Ele herdou os genes de sua mãe par a cozinha. Sua família tinha um livro de receitas, jamais compartilhado com ninguém, apenas quem era mesmo da família. Este livro foi passado de geração em geração começando com a mãe do Bisavô de Maurício que foi quem o escreveu, esta passou, para seu filho e desde então, é passado de pai para filho. Jeremias era o nome do bisavô, foi dele que se iniciou ingenuamente o negócio. Foi em um natal, preparando a ceia para o dia que ele fez uma fornada de panetone para presentear seus amigos mais próximos. No outro natal, ele fez outra fornada, um pouco maior que a outra, a família havia crescido e seus amigos insistiram dizendo que amaram o presente do ano anterior. Mais uma vez um sucesso. No outro ano, outra vez e teve que fazer ainda mais, pois os amigos dos amigos se impressionaram com panetone e assim foi crescendo, a cada natal se fazia mais e mais panetones. Jeremias não tinha um espírito empreendedor, por isso um amigo empresário sugeriu que ele começasse a vender os panetones, “Você gosta de cozinhar, as pessoas gostam de comer, por que não se utilizar disso?” Disse. Jeremias não se convenceu a princípio, mas, depois gostou da idéia.

Passou a fazê-lo nos natais seguintes e o negócio deu certo. Ficou muito tempo vendendo dentro da cidade. Ele envelheceu, seu filho tomou conta dos negócios, mas morreu cedo, deixando o pai de Maurício que tinha na época 15 anos, cuidando de tudo. E não deixou a desejar, era também como os anteriores fantástico, e ele logo viu oportunidade de aumentar o negócio. Terminou os estudos e com 19 montou com o dinheiro que juntou esta fábrica, que começou a todo o vapor, vendendo para outras cidades e sempre crescendo. Teve Maurício e morreu depois quando este completou 18.

- Todos da família foram morrendo cedo. É alguma maldição?

- Não, eu acredito que seja tudo por causa da receita secreta. É apenas uma lenda, a de que o panetone da família é especial e única, capaz de desbancar até as maiores empresas do ramo. Há tempos tentam roubar esta receita para depois revender a um preço alto para estas empresas ou até mesmo desbancar todas elas. Já fizeram de tudo, já vieram a mim procurando por ela, mas ninguém sabe onde está. Apenas os homens da família. Infelizmente eram todos filhos únicos e o único que restou é o pequeno, mas eu duvido que ele saiba onde está.

- Então a história da lenda é realmente verdadeira? – indagou o detetive

- Sim, o Sr provavelmente já ouviu falar.

- Sim, mas não achei que fosse verdadeira, o velho Sr Antônio me contou.

- Ah sim o Antônio, ele mesmo já teve muito interesse no segredo.


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